31.7.08

Foi preciso... perdi todos os comentários desses anos todos. Usava um serviço ruim yaccs, que era o único disponível qdo comecei a escrever no blog. Com comentários do própro blogger vai ser mais fácil de administrar. O layout eu conserto, apesar de ter gostado desse preto. Republiquei os arquivos que estavam fora do ar. E os links dos blogs amigos, em breve estarão todos aí do lado.
LÁ pelos idos dos anos 80, o SBT apresentou uma minissérie maravilhosa intitulada Lace (1984).

Fazia parte de um pacote de novidades que incluía também o filme Halloween 3. Lembro bem do comercial que passava com um rolo de filme no qual cada frame era uma atração diferente. E, no último, trazia uma cena de Lace estrelado por Phoebe Cates (mais conhecida por seu papel em Gremlins e no filme Picaridas Estudantis).

Eu, como criança SBT que fui, não perdi nenhum capítulo da trama. Não consegui descobrir ao certo qual o ano da apresentação de Lace pela tv brasileira mas encontrei um comentário numa agenda minha de 88 (eu tinha 11 aninhos) sobre a minissérie. A trama girava em torno de Lili (Cates), uma atriz internacional que buscava informações sobre a mãe que a abandonara quando criança.

Contada em forma de flashbacks, alternando fatos presentes e passados, Lace conta a história de 3 adolescentes(uma inglesa, uma americana e uma francesa) que estudaam num colégio suíço mto rígido. As 3 perdem a virgindade mais ou menos na mesma época e uma delas fica grávida. Para evitar um escândalo que uma mãe-solteira provocaria em 1960 e a expulsão do colégio, as 3 fazem um pacto de não revelar a identidade de quem espera o bebê.

Através de uma história recheada de chantagens, grandes paixões e desacertos, cenários e elencos internacionais, persongens femininos fortes, homens canalhas, Lace iluminou as noites do sbt e marcou a vida desde que vos escreve.

O bebê nasce e é criado por um casal amoroso que sempre diz a Lili que sua mãe voltaria para buscá-la, o que nunca acontece.

O plano das 3 mulheres, Judy (Bess Armstrong), Pagan (Brooke Adams) e Maxine (Arielle Dombasle) (que na 1a fase têm por volta de 17 anos), é o de se estabelecer na vida antes de levarem Lili para morar com uma delas. No entanto em uma atitude um tanto quanto egoísta, elas vão deixando o tempo passar (6 anos) até que numa reviravolta da trama, recebem a informação de que Lili morrera num massacre.

O que não sabem é que ela está viva e acaba num campo de concentração sendo abusada por todos anos a fio pela Europa. Lace refaz a trajetória de Lili, abandonada pelo namorado grávida e, sem ter dinheiro nem pra comida, começa a se prostituir e fazer filmes eróticos. Só que em um desses lances sortes da vida, a moça acaba se transformando na atriz sensação da época, deixa de ser atriz pornô para se transformar numa espécie de Angelina Jolie européia, capa das revistas mais famosas internacionais. (Podem até pensar que isso é muito dificil de acontecer mas sempre ouço boatos de grandes estrelas como Sophia Loren e até mesmo Marylin Monroe que começaram fazendo filmes de sexo)

Paralelamente também são revelados as desventuras das 3 estudantes, suas desilusões e a difícil tarefa de viver carregando esse segredo do passado. Maxine, Pagan e Judy, 20 anos depois não se falam mais, o peso da suposta morte da menina marca a vida delas e as torna incrivelmente vulneráveis.

O dinheiro e a fama facilitam a busca de Lili pela mãe. De uma forma ou de outra Lili consegue fazer com que as 3 dependam dela. Seduz o filho de Maxine e o tira de casa. A fundação contra o câncer de Pagan está meio falida e precisa de uma polpuda contribuição de Lili para continuar funcionando. Assim como a revista de Judy, LACE (que nomeia a série) precisa urgente de uma capa com a estrela Lili para sair da falência.

Apesar de tudo, as 3 continuam fiéis ao pacto que fizeram 24 anos antes e sSomente no final, na última cena, ficamos sabendo quem é a mãe de Lili. Uma cena antológica na qual nossa protagonista enfrenta as 3 de uma vez, fazendo com que elas realmente acreditem que Lili é a criança que eles achavam estar morta.

Lace ainda conta com a participção especialíssima de Angela Lansbury, atriz inglesa famosa por interpretar a detetive Miss Marple em diversos tele-filmes. Ela interpreta uma senhora excêntrica que fica responsável pelo pagamento ao casal que cuida de Lili. Através do psseudônimo Lucinda Lace tem sua identidade preservada mas é por ela que Lili chega as 3 mulheres suspeitas de serem sua mãe.

A diferença de Lace pra uma novela mexicana? Bem, são muitas, baseada num best-seller de Shirley Conranintitulado "Alcova", Lace traz cenários belíssimos, que vão dos divinos alpes suíços à locações no deserto com direito a camelos e até um Rei árabe.

Figurinos luxuosos, diálogos marcantes, catfight, interpretações convincentes, história cativante e envolvente. É isso que Lace tem pra oferecer. Tive a sorte de conseguir baixar essa série "feita pra tv" através de um torrent que trouxe as quase 4hs de Lace (e também Lace 2) pra minha apreciação quase 20 anos depois.

Divertido rever essa pérola hoje em dia, relembrar algo que ficou marcado na memória afetiva por diversos anos. Foi na casa da minha avó que eu vi, acredito que minha mãe não deixaria que eu acompanhasse Lace devido ao tema "adulto" que hoje passaria na sessão da tarde sem problemas (O próprio sbt reprisou Lace no cinema em casa em versão editava, já na década de 90).

Por que esse post tão longo? Primeiro não consegui encontrar sequer um site em português falando sobre a minissérie (que teve uma sequencia inferior, desfalcada de uma das atrizes principaos). Até mesmo em inglês é dificil encontrar informações. Não existe sequer o dvd para vender. Encontrei uma comunidade no orkut, com 18 pessoas e fiquei MUITO feliz. Saber que não estou sozinho nesse meu delicioso guilty-pleasure.

Felizmente, em tempos de youtube, existem alguns trechos de Lace pra ver online:



"Which one of you bitches is my mother?"






Espero que da próxima vez que algum fã dessa maravilhosa série procure algo no google, pare aqui e veja que ele não está sozinho nessa adoração. Que me resta agora é torcer para que uma versão com a dublagem original pinte pela rede para que a emoção fique completa.

ps: O Rei árabe, Abdulla (Anthony Higgins), posso considerar a minha primeira paixão televisiva. Com 11 anos, eu ja sentia algo diferente, achava ele lindo. É a respeito dele que encontrei alguns comentários nessa minha agenda 88.

ps2: a trilha sonora é incrível, o tema de Lace me trouxe lágrimas aos olhos por diversas

ps3: lembro-me de comentar com 2 amigos do colégio militar (que comigo formavam a parte gls da turma) sobre Lace e eles eram fanáticos por essa estória e seus personagens.

ps4:havia outro filme com Phoebe Cates que o SBT exibia exaustivamente, chamava-se Paradise (assim mesmo, em inglês) que era uma espécie de A Lagoa Azul ambientada no deserto.